A relação do homem com a natureza sofreu nos últimos anos radicais modificações, principalmente quando se trata da interferência do homem sobre a natureza através da tecnologia. A revolução biotecnológica se por um lado possibilitou ao homem intervir na natureza como uma promessa de um futuro melhor para a humanidade, por outro constitui-se em uma ameaça a própria sobrevivência do homem. A Biotecnologia, em suas amplas atuações trouxe questões relevantes em bioética, genética e pesquisas médicas, levando a uma necessidade urgente: advogados com conhecimento em biotecnologias, especialmente interfaces ligadas à novos produtos, Esta demanda deve-se a mudança do mercado consumidor, que impulsiona novas tecnologias, novos produtos/processos e consequentemente, novos cenários a serem tratados.
O
melhoramento genético de plantas, de maneira geral, vem sendo constituído em
aspecto mais curto, econômico e duradouro em se tratando da sustentabilidade da
agricultura. Com isso, surgiram as plantas que carregam em seu DNA alguma
característica de uma fonte diferente do germoplasma paternal, denominadas de
transgênicas. Dentre diversas vantagens que as técnicas ou mesmo os
transgênicos podem proporcionar, destaca-se o aumento da produção e da
produtividade com redução de custos, alternativa para outros produtos
agrícolas, o controle ambiental, principalmente na redução ou extinção do uso
de agrotóxicos, dentre outras.
Para
algumas pessoas, no momento histórico pela qual passou a humanidade, existe o
perigo de o melhoramento genético das plantas vir a dominar o mundo, a
sociedade, a natureza. Apesar de alguns críticos radicais considerarem grande
parte dos avanços da ciência como “perigosos”, é impossível imaginar a atual
estrutura biológica e societária como eterna e imutável. Como disse o rabino
Henry Sobel na reunião do grupo de estudos sobre Bioética” desenvolvida durante
o Encontro Internacional sobre Clonagem e Transgênicos promovido em Brasília
pelo Senado, em junho de 1999: a natureza é imperfeita, cria imperfeições
biológicas nos campos vegetal, animal e humano, é papel da ciência, pois,
‘consertar’ essas imperfeições.
Por
isso é de extrema importância um profissional que possa transitar seus
conhecimentos entre biotecnologia e o direito, agindo conforme a bioética e
biodireito, garantindo o conhecimento na legislação e em processos biológicos. E
o mercado, como absorveria este profissional? Uma das atuações em constante crescimento
é a de Técnico Especialista, para atuar em casos de Propriedade Intelectual,
disputas de patentes, direitos autorais e registro de marcas. Por falar em
patentes, esta é uma questão delicada, devido à grande quantidade de pedidos de
patentes, os órgãos reguladores enfrentam algumas dificuldades que possam
garantir a unicidade de cada invento. Fica aí a dica de como será o mercado
futuro...
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BIOTECNOLOGIA OU DIREITO? OS DOIS...
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